Um relatório apresentado no dia 8 de Fevereiro de 2010 em Bruxelas revela que colocar carros eléctricos em circulação pode conduzir a um aumento das emissões de dióxido de carbono, a menos que estes sejam abastecidos com energia “verde”. O relatório foi preparado para as associações ambientalistas Amigos da Terra - Europa, Greenpeace e Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E).
O relatório da autoria da consultora holandesa CE Delft é publicado numa altura em que os ministros da Indústria da União Europeia (UE) se preparam para anunciar um Plano de acção para os Veículos Eléctricos na sua reunião informal, amanhã, em San Sebastián, Espanha.
O estudo avisa que a legislação europeia que regula as emissões dos carros apresenta graves lacunas, ao autorizar os construtores automóveis a “compensar” a venda de veículos eléctricos com a venda de veículos mais poluentes, que escapam aos limites de emissão definidos na legislação. Por cada carro eléctrico vendido, os construtores automóveis beneficiam de 3,5 “supercréditos”, ou seja, a permissão de venda de 3,5 carros altamente poluentes, sem que as emissões desses veículos sejam contabilizadas no cálculo das emissões médias desse construtor (usadas para efeito de cumprimento dos limites de emissão).
O resultado desta regra é que a venda de 10% de veículos eléctricos pode levar a um aumento de 20% no consumo de combustível e emissões de carbono no sector automóvel.
Por isso, as organizações ambientalistas apelam à eliminação da referência aos “supercréditos”, apelando a que esta correcção seja já introduzida na proposta para regular as emissões dos veículos ligeiros de mercadorias, cuja adopção está agora em discussão.
Adicionalmente os ambientalistas esperam que todos os veículos eléctricos vendidos no mercado Europeu venham dotados de uma tecnologia de abastecimento inteligente que permita que a energia usada para carregar as baterias seja sobretudo proveniente de fontes renováveis – como a eólica e a solar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário